A expansão na produção de algodão nos Estados da Bahia e Piauí tem consolidado o segmento da cotonicultura na região do Matopiba. A qualidade, rentabilidade, práticas sustentáveis e volume estão fortalecendo a cadeia produtiva do algodão e fazendo com que a região se destaque no cenário nacional e internacional.
A Bahia hoje é o segundo maior produtor nacional de algodão, sendo a grande parte cultivada no Oeste do Estado, transformando-se na segunda mais importante região exportadora do produto no Brasil.
De acordo com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) para a safra 2018/19, o crescimento foi de 15% em relação a safra anterior, com projeções de atingir 1,5 milhão de toneladas de caroço e pluma, com uma média regional de 320 arrobas/hectare. No Estado do Piauí, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a produção de algodão para esta safra deve atingir 51,4 mil toneladas. O número representa uma alta de 106,1% em relação à produção do ano passado.
A alta tecnologia empregada, como máquinas, insumos, variedades e melhoramento de solo, tem contribuído para o crescimento da produção da fibra, bem como para a consolidação do segmento de sementes de algodão na região.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Sementes de Mudas (Abrasem), Cláudio Manuel da Silva, os agricultores têm feito a sua parte neste processo e aliados a eles existem as grandes companhias investindo na obtenção de novos e melhores germoplasmas de algodão, onde estão sendo inseridas novas biotecnologias. Segundo Silva, ao final, infraestrutura e sementes farão o grande diferencial do agro brasileiro.
“A região do Matopiba destaca-se hoje como a grande nova fronteira agrícola. Clima, solo e tecnologia são os responsáveis pelos altos índices de retorno econômico conseguidos pelos cotonicultores. Estamos vivendo agora um grande período com o Brasil chegando a segundo maior exportador dessa commodity. O cenário mundial é bom para o Brasil e o futuro é promissor”, disse Cláudio.
Na região, grandes empresas têm trabalhado no segmento de sementes do algodão oferecendo produtos da mais alta qualidade, com responsabilidade social, proteção ambiental e sucesso econômico. Um bom exemplo foi a inauguração em maio deste ano, em Luís Eduardo Magalhães, de uma nova indústria voltada ao deslintamento desta espécie de semente, com capacidade para preparar 70 toneladas por dia e com laboratório para análises da qualidade das sementes, incluindo as transgênicas.
Para o diretor executivo da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba (Aprosem), Ivanir Maia, a indústria instalada em Luís Eduardo Magalhães disponibilizará a mais moderna tecnologia de deslintamento existente mundialmente. “Isso significa dizer que mais um elo importante na cadeia foi construído, ou seja, melhores sementes serão disponibilizadas ao cotonicultor, respeitando todos os preceitos ambientais”, disse Maia.