Com a colheita em andamento, os produtores já estão planejando a próxima safra. Neste momento é preciso lembrar da nova determinação do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Desde dezembro de 2018 a Secretaria de Defesa Agropecuária Federal publicou uma Instrução Normativa (IN 59) que torna o refúgio obrigatório, como estratégia de manejo da resistência de insetos.
Tendo em vista essa nova determinação, os produtores precisam se programar para fazer o refúgio estruturado, pois existem regras específicas, além da escolha das cultivares mais adequadas.
No Brasil Central, a maioria das variedades utilizadas são com tecnologias de resistência a insetos e apresentam tendência de expansão. Diante disso, Rubens Freitas, representante comercial da Sementes Morinaga faz um alerta: “Já estamos vendo aplicações de inseticidas nas áreas com estas tecnologias. Isto porque, a medida que não se tem o refúgio estruturado, acabamos tornando as pragas resistentes, aumentando os prejuízos do produtor” analisa.
COMO FAZER O REFÚGIO?
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o refúgio consiste na coexistência de lavouras com a tecnologia de resistência a insetos ao lado de lavouras não dotadas desta tecnologia, a uma distância inferior a 800 metros (área de voo das mariposas), para evitar a seleção de populações de lagartas resistentes. Essa distância possibilita o acasalamento das mariposas e permite a manutenção de populações de lagartas suscetíveis, retardando a seleção das resistentes.
Nas áreas de refúgio, o monitoramento deve ser realizado e a aplicação feita apenas quando for atingido o nível de dano econômico, dando preferência aos inseticidas seletivos ou agentes de controle biológicos, evitando-se o uso de produtos contendo Bacillus thuringiensis (Bt).
A IN 59 determina que a extensão da área de refúgio varia conforme as recomendações do detentor da tecnologia. Para o milho, é recomendado o plantio de 10% da área com plantas não Bt. Para as lavouras de soja e algodão, o percentual da área de refúgio é de 20%.
COMO ESCOLHER AS CULTIVARES?
Para garantir uma boa safra e respeitar a lei, é necessário ao produtor planejar com seus fornecedores quais as cultivares ideais para usar no refúgio. “É importante a escolha de materiais com ciclos parecidos, visando trabalhar no mesmo período e manejar de forma adequada os insetos. Hoje o produtor tem um amplo mercado de cultivares convencionais, o que dá flexibilidade para escolhas”, complementa Freitas.
Em vista disso, os associados da Aprosem, a Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba, dispõem de todos os tipos e ciclos de sementes para o produtor, com consultores especializados em analisar e auxiliar na melhor tomada de decisão para uma lavoura segura e produtiva.
Antônio Carlos Peters, coordenador comercial da Sementes Eliane, analisa outro fator importante na escolha de cultivares, priorizando as tolerantes ou resistentes aos nematoides. “Hoje é um dos principais fatores limitantes de produtividade e dispomos de materiais convencionais que encaixam especificamente nessa situação de manejar áreas com nematoides. As cultivares de refúgio não servem apenas para este fim, mas também para ajudar o produtor a manejar tais áreas”, finaliza Peters.
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